Tênis de Mesa

Quando a sede social da Associação Atlética Caldense foi inaugurada, em maio de 1926, o clube tinha como principal objetivo reunir os sócios para momentos de confraternização, bailes e jogos de salão. Entre essas atividades, o Ping Pong — como era chamado o tênis de mesa à época — logo conquistou espaço entre os associados e tornou-se, ao lado do futebol, uma das práticas mais antigas e duradouras da história da Veterana.

O primeiro torneio interno foi promovido ainda em 1926, e, já no ano seguinte, a modalidade passou a receber maior atenção, com a nomeação de sócios responsáveis pela organização dos jogos. Apesar da predominância do caráter recreativo, iniciativas de estruturação surgiram ao longo dos anos 1930, especialmente com a formação de comissões dedicadas ao desenvolvimento da modalidade. Em 1938, o clube já contava com uma equipe organizada, que passou a disputar partidas amistosas contra equipes de outras cidades, conquistando resultados expressivos e fortalecendo o prestígio do esporte em Poços de Caldas.

Na década de 1940, a Caldense revelou talentos como Vitalina Rosi, considerada a primeira e melhor jogadora de tênis de mesa da cidade. O esporte seguia como tradição entre os associados e, nos anos 1950, consolidou-se de vez como uma modalidade esportiva organizada. Em 1956, o Ping Pong passou a ser tratado oficialmente como Tênis de Mesa, com a criação de um departamento próprio, diretoria formada e equipes masculinas e femininas estruturadas. Nessa época, foram realizados campeonatos internos e torneios contra clubes paulistas, além da filiação da Caldense à Federação Mineira de Tênis de Mesa, em 1960.

Durante a década de 1960, o clube participou de diversos campeonatos estaduais e regionais, conquistando títulos importantes, especialmente com a equipe feminina, que foi campeã em várias edições dos Jogos Abertos da Média Mojiana. No fim da década, a Caldense sediou o Campeonato Mineiro, conquistando o título por equipes e destacando nomes como Paulo Eugênio Vivaldi Ferreira e Roberto Damasceno. O bom desempenho levou à convocação de atletas para seleções mineiras e brasileiras, consolidando a Veterana como uma das principais forças do estado.

Nos anos 1970, o tênis de mesa caldense manteve forte desempenho. A equipe masculina e feminina alcançou conquistas expressivas em campeonatos mineiros e nacionais, com atletas como Adilson Lopes, Amílcar Caselli Neto, Ronaldo Delarolli e José Antônio Vilas Boas se tornando referências da modalidade. Ao longo da década, a Caldense formou equipes competitivas, revelou talentos e chegou a vencer campeonatos estaduais, além de ter atletas convocados para seleções regionais e nacionais.

A década de 1980 marcou uma nova fase de crescimento. Em 1985 e 1986, o clube foi campeão mineiro por equipes e seguiu conquistando títulos individuais e coletivos. Nessa época, foi criada uma escola de Tênis de Mesa para formação de novos atletas, dando origem a uma nova geração representada por nomes como Márcio Andrade Filho, Dalila Andrade, Ricardo Franco, Andréa Fontana e Lúcio Monteiro. Em 1989, a Caldense conquistou títulos estaduais e nacionais, e o atleta Márcio Andrade Filho sagrou-se campeão sul-americano infantil, representando a Seleção Brasileira no Equador.

Nos anos 1990, o departamento recebeu um espaço exclusivo no clube e um treinador dedicado, o que impulsionou ainda mais o desenvolvimento da modalidade. A escolinha do clube formou dezenas de jovens atletas e trouxe resultados expressivos em torneios nacionais e internacionais. A Caldense foi considerada um dos dez clubes mais importantes do país no incentivo ao tênis de mesa. Atletas como Alexandre Felippe, Márcio Andrade Filho, Guilherme Daré e Juliana Braga Santos representaram o clube em grandes competições, conquistando títulos estaduais e destacando o nome da Veterana em campeonatos brasileiros e sul-americanos.

Durante os anos 2000, a Caldense manteve viva sua tradição no esporte. Em 2001 e 2002, o clube retomou as aulas regulares e firmou convênios com a Secretaria Municipal de Esportes, oferecendo a prática da modalidade a dezenas de crianças carentes. Nesse período, o clube foi vice-campeão mineiro por equipes e seguiu revelando novos talentos. Entre 2006 e 2009, o nome de Alexandre Felippe voltou a se destacar, conquistando o tricampeonato mineiro adulto, além de resultados importantes em competições nacionais.

A partir de 2010, a modalidade ganhou ainda mais estrutura, com projetos de iniciação esportiva em parceria com a Petrobras e a SMEL, abrindo vagas para jovens atletas. O uso de novas tecnologias de treinamento, como robôs que simulavam situações de jogo, modernizou os treinos e aprimorou o nível técnico dos jogadores. Durante essa fase, nomes como Adriano Cagnani, Lucas Vilas Boas, Leonardo César Ferreira e Ana Beatriz Villar representaram o clube com destaque em competições regionais e nacionais, conquistando diversas medalhas em campeonatos paulistas e mineiros.

Atletas da Caldense conquistaram títulos expressivos no Sul de Minas, em Poços de Caldas e em cidades vizinhas, reforçando o nome do clube na modalidade. Em torneios interestaduais, representantes da Veterana também alcançaram bons desempenhos, ampliando a visibilidade da equipe.

Além da participação em competições externas, os torneios internos de tênis de mesa se tornaram tradição no clube, reunindo dezenas de associados em disputas que combinavam espírito esportivo e integração social. Esses eventos ajudaram a popularizar ainda mais a prática, atraindo novos praticantes de diferentes idades e níveis técnicos.
Nos anos mais recentes, a Caldense manteve presença ativa em campeonatos regionais e estaduais, conquistando títulos importantes e pódios frequentes em ligas e festivais. A modalidade também tem papel de inclusão e formação, incentivando jovens atletas a iniciarem no esporte e proporcionando aos associados veteranos um espaço para convivência e atividade física.

A história do tênis de mesa na Caldense é marcada por dedicação, conquistas e integração. Do lazer recreativo às vitórias em campeonatos, a modalidade se consolidou como parte essencial da vida esportiva do clube. Com tradição construída ao longo de décadas, o tênis de mesa segue presente no cotidiano dos associados, fortalecendo o legado centenário da instituição.