Goleiro da Caldense, Elissom vai realizar sonho de jogar o Mineiro para honrar memória de seu filho

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O goleiro Elissom, da Caldense, passou por momentos muito difíceis na vida com a perda de familiares. A cada ano, tem buscado forças no futebol para superar as adversidades. Aos 35 anos, já defendeu Coritiba, Figueirense, Cruzeiro e outras equipes do futebol mineiro. Por onde vai carrega uma camisa em memória do filho Lucca e leva na pele o nome do menino para jogar por ele.

Lucca, filho de Elissom, tinha seis anos e estava brincando com amigos em novembro de 2018, quando sofreu um acidente doméstico. Um armário caiu sobre a criança, que não resistiu aos ferimentos. “Uma tragédia que pega a gente de surpresa e acaba com todas as perspectivas. Foi um momento muito difícil. É uma cicatriz que não se fecha e vai ficar aberta eternamente. A gente tem que se acostumar com a falta que ele faz. A saudade é muita e diária. Minha psicóloga fala que anualmente aumenta mais, mas o que mantém firme é o futebol, o ambiente do futebol e a minha família”, contou.

Elissom fez uma tatuagem com o nome de Lucca no braço direito para eternizar na pele o nome de seu filho e, em todos os jogos, utiliza por baixo do uniforme uma camisa com a foto de Lucca, para honrar a memória do filho. “Eu prometi que em todos os clubes que eu fosse, iria levar ele comigo. Então levo para todos os campos, estádios e lugares que vou. Ele está sempre comigo. Não fisicamente, mas na camisa e no coração ele está sempre comigo, do meu lado. E onde a minha mão não alcançar tenho certeza que a dele alcança”.

Nos momentos de dificuldade, o goleiro alviverde sempre busca forças nas principais recordações ao lado do filho. “Uma frase que eu lembro que ele sempre falava: pai, nunca desista. Eu lembro quando operei o joelho ele me ajudava a tratar e recuperar, jogava a bola para eu chutar. E isso eu nunca esqueço. É tudo para ele e tudo por ele. Tenho certeza que lá de cima ele está me abençoando”.

A família ainda enfrentava o luto, quando em 2019 veio outra tragédia. Maria de Loudes, mãe de Elissom, faleceu. “Foram duas pancadas muito fortes que eu sofri. Muitos achavam que eu não ia nem sobreviver, mas Deus é maior na minha vida. Minha família e amigos deram todo o suporte. Quando saio de casa, faço oração, peço direção a Deus e a minha mãe para abençoar. Enquanto eu tiver vida e força, darei meu melhor sempre para honrar a memória deles. Tenho certeza que onde eles estiverem, estão torcendo por mim”, completou.

O goleiro Elissom vem se dedicando muito nos treinos e quer fazer grandes partidas pela Caldense. “Sigo firme na minha caminhada e vamos para um Campeonato Mineiro onde sempre tive o sonho de jogar. Por mais que eu tenha ficado muitos anos no Cruzeiro, não consegui jogar o Mineiro pelo Cruzeiro, então para homenagear meu filho e minha mãe, estarei firme e o que precisar de mim podem contar comigo”, finalizou.

 

Texto e fotos: Renan Muniz / Caldense