“É a realização de um sonho”; Caldense é campeã mineira de handebol pela primeira vez na história

O último domingo (10) vai ficar marcado na história do esporte de Poços de Caldas: a equipe da Veterana representou a cidade no Campeonato Mineiro de handebol e, pela primeira vez na história do clube e do município, conquistou o título da competição, batendo o time de Belo Horizonte por 31 a 25.

De forma invicta, os atletas colocaram em quadra o sentimento mais corajoso e a paixão mais pura pelo esporte, e com isso venceram as dificuldades enfrentadas ao longo da jornada em direção ao lugar mais alto do handebol mineiro.

Ricardo, líder, técnico e jogador da equipe, conversou com o departamento de marketing da Veterana e detalhou os sentimentos que decoraram a gigante vitória na competição.



A trajetória teve início em 2021, com a retomada das atividades da modalidade em Poços para o ingresso nos torneios.

“Recebemos o convite para voltar a disputar o Campeonato Mineiro. A gente sentiu muito este primeiro campeonato, mas conseguimos um ótimo terceiro lugar em 2021. Vencemos o time de Alvinópolis e ficamos com o terceiro lugar que, na época, foi um resultado muito bom para nós, pois estávamos recomeçando a disputar o campeonato. O pessoal é muito experiente, casca grossa e muito maduro. Em 2022, disputamos a final contra o Praia Clube, que é uma equipe profissional, isso foi um dos ápices e, infelizmente, deixamos escapar. Talvez tenha faltado um pouco de maturidade, experiência. Mas foi uma competição que nos deu um horizonte de como deveríamos nos comportar em uma final”, relatou Ricardo.

Em 2023 veio a coroação da equipe. Em um final de semana tumultuado com a questão dos jogos, o time uniu forças para viajar e dar o melhor de si dentro da quadra. “Neste primeiro ano de Caldense, Muriaé nos deu o passaporte para a final. Em um calor de 36º – para nós que somos poços-caldenses, é algo muito fora de base, e chegamos a pensar ‘poderia chover para a gente sentir o friozinho de Poços’.

O curioso pedido da equipe se tornou realidade: uma forte chuva caiu no ginásio, o que impediu a realização da partida, que foi transferida para o domingo. “Na final estávamos tão certos que queríamos o título, que dizemos ‘é o que nós temos… vamos entrar na quadra e ganhar, vamos exercer nossa força’. E jogamos muito bem e conseguimos o título inédito e invicto para a Caldense e para Poços de Caldas”, disse Ricardo.

“Nesse papel de técnico e jogador, eu falo pra eles ‘Deixa tudo em quadra, pois o único momento que temos é o agora. Daqui um tempo seremos lembrados, mas para sermos lembrados precisamos fazer algo especial’.” E assim fizeram…

Questionado sobre as maiores dificuldades de se jogar o campeonato, Ricardo destacou que as distâncias a serem percorridas são os maiores desafios, mas agradeceu o clube que sanou os desafios e deu todo o apoio aos atletas durante todas as competições disputadas ao longo do ano. “O que antes era o mais impeditivo, esse ano, com o apoio da Caldense, do Presidente Rovilson, dos vices Luis e Pioli, do Ailton, do Romeu, que não mediu esforços para ajudar, o pessoal da bolaria com as questões dos uniformes, se tornou algo mais tranquilo. Foi muito agradável trabalhar”.



Especialmente para Ricardo, a conquista significou a premiação de toda uma vida dedicada ao esporte. “Realização de um sonho. Fui atleta da professora Alessandra com 8 anos, depois professor Paulinho, professor Leandro, etc. E com todos eles, nós tínhamos o objetivo de ser campeão mineiro. Eu deixava a medalha dos outros anos no meu quarto e eu pensava ‘este ano, a gente vai conquistar algo melhor’. Com todo o apoio da Caldense a gente conseguiu esse objetivo, pra coroar todo esse tempo de trabalho, que não foi do dia para a noite”.

Tentando conter as lágrimas, o técnico da Veterana também destacou como a equipe sofreu nos últimos anos diante das dificuldades, e exaltou a evolução dos atletas como time, deixando a união e a amizade tomar conta do elenco, carregando-o para a maior conquista da modalidade no sul de Minas.

“Não menosprezando as outras equipes, mas chegamos num tempo em que perdíamos para Cabo Verde, perdíamos para Muzambinho, Campestre, etc. e estávamos em um período ruim, e fomos resgatando o handebol da cidade. O handebol foi caminhando até sermos campeões mineiros, até vencermos o título mais importante do handebol da cidade.”

Por fim, perguntado sobre o significado do esporte na sua vida, Ricardo definiu o esporte como uma ferramenta social importante para o exercício dos valores diante da competição.

“Para mim, o esporte significa ferramenta social, saúde, sociabilização das pessoas. Dentro de uma quadra não importa se você é pobre, se você é rico, se você é preto, se você é branco, o esporte deixa todo mundo no mesmo patamar. Quando você joga nesse nível de competitividade, você percebe o quão importante é levar os seus valores para dentro de quadra. Ter respeito pelo seu adversário e ter dedicação pela camiseta que você veste. Para mim, essa conquista foi a coroação da minha história no esporte”.



Participaram da conquista da Veterana: Jesus Rocha, Leandro Silva (6 gols marcados na final), Raul Andrade, André Freitas, Everton Wenceslau, Jhonatan Rocha, João Amoreli (12 gols marcados na final – melhor jogador da final), Ricardo Gabrioli, José Filho (3 gols marcados na final), José Junior (5 gols marcados na final), Maycon Batista, Wallison Carvalho, Pedro Ferreira, Vando Neto (3 gols marcados na final), Conrado Amoreli (2 gols marcados na final), Claudemir Rocha e Gabriel Silva

A Caldense colocou 4 atletas na seleção do campeonato:

Goleiro Walisson Carvalho, o ponta direita José Filho, o armador direito Leandro Silva e o armador central José Mauro. 

 

O goleiro Walisson ainda levou para a casa o premio de Melhor Jogador do Campeonato (MVP).